Fim de ano…

Chegámos ao fim de mais um ciclo. Cumpriu-se a tarefa que nos estava destinada. Cada um deu o melhor de si e levou a bom termo o papel que lhe coube. Muitos sentir-se-ão aliviados depois de tanto trabalho, outros menos por crerem que ainda poderiam ter feito mais. O que importa é que cada um soube ocupar o seu lugar.

Neste fim de ciclo quero deixar uma palavra de apreço a todos os colegas que frequentaram a acção do PNEP. Fizeram-no com o sentido da responsabilidade, do cumprimento do dever. Empenharam-se, souberam reflectir e inovar. Um bem haja a todos.

Quero ainda agradecer ao Conselho Executivo pelo apoio que prestou à implementação do Programa. Sei que souberam o quanto os nossos alunos beneficiaram e irão beneficiar das boas práticas que todos quantos estiveram envolvidos trouxeram e trarão para o ensino. Um bem haja também.

Gostaria que o futuro pudesse continuar a ser de partilha  e que a reflexão tivesse um papel mais determinante na prática de todos nós, professores. Acalento a esperança de um amanhã com sucesso. Obrigado a todos…

O final de ano aproxima-se. As férias merecidas estão aí a assomar-se e todos nós ansiosos pelas mesmas. Chega um tempo de reflexão, de tomada de decisões importantes, de mudança de rumo para alguns de nós. É também um tempo de despedida, de dizer que chega ao fim mais um ciclo de vida que o longo ano (e difícil) nos trouxe.
– Caramba! – deixem-me dizer em tom de desbafo. – É com pena que abandono tantos que conheci e com quem aprendi. Sei que nem sempre fui o que esperava ser. Falhei? Fica o meu desabafo sincero. Sinto que neste final, que apressadamente chega, muito mais teria e poderia ter feito. Foi o melhor que pude fazer. E olhem que muito se fez…

Escrevi neste blogue onde nunca encontrei uma palavra que o comentasse, que me alentasse a continuar. O único momento de alegria foi ver que um dos artigos que escrevi mereceu atenção pelo Conselho Executivo (provavelmente o único leitor atento do que ia sendo produzido), que colocou o mesmo numa das páginas do jornal digital. Alegrei-me nesse dia e foi com imenso contentamento que o vi publicado. O meu Bem Haja pela atenção.

Gostava de ter sido mais desafiado, de ter sido convidado para duelos onde a intelectualidade se esgrimisse, onde a reflexão tivesse lugar. É com pena que vejo a pouca participação. Mas gostaria de dizer que ainda cá estamos, que ainda vivemos, que ainda nos sentimos vivos.

A este propósito, sem citar nomes da literatura como tantos gostam de o fazer (pois parece que fica sempre bem e abusa-se!!), digo que a maior elevação do ser humano é a capacidade de poder argumentar por si próprio, de ser capaz de apresentar a sua opinião, a sua reflexão, de ser ele mesmo.  É esse o espírito que cada um de nós, professores, deveríamos ter, na minha mais humilde e modesta opinião. A cada um de nós compete agitar as consciências de quem nos é entregue a educar, sem constranger, sem amedrontrar, sem admoestar. Cabe-nos fazer cidadanina, criar espírito cívico, fazer formação de cidadãos responsáveis e críticos, capazes de julgar de forma crítica e sem juízos pré concebidos, mas despertos para a criação de um mundo melhor e mais justo.

Através da linguagem podemos traduzir o que nos vai no mais íntimo. A cada um de nós, educadores, cabe o papel de incentivar a expressão dessa intimidade, sem a sua coação ou impedimento. Em cada sala de aula, em cada espaço da escola, em cada sítio partilhemos as nossas opiniões. É nesta partilha que aprendemos e nos construimos enquanto pessoas. Aprendamos a partilhar e a aceitar a diferença. Sejamos intervenientes, porque  ainda cá estamos…

A escrita

É sempre importante relembrarmos a importância das “coisas”. Desta vez, falarmos um pouco mais da escrita e do seu valor.

A utilização dos smiles que actualmente grassa nas trocas de SMS entre os nossos jovens é uma constatação de que a escrita evolui. Se pensarmos que o nosso sistema de escrita é alfabético, depois dos smiles só nos restará pensar para onde caminhamos em termos da escrita. Será que voltaremos ao sistema pictográfico ou ao sistema ideográfico em que os símbolos representam a realidade? Será isso um avanço ou um retrocesso? Apenas que os jovens simplificam o que de mais complexo existe; e o sistema alfabético não será, provavelmente o mais simples dos sistemas de escrita. A complexidade do sistema conduz a que cada aprendente da leitura e da escrita tenha desenvolvido a consciência de que um som da fala pode ser representado por mais do que um grafema e que um grafema pode representar mais do que um som. É esta a complexidade que poderá levar a uma reinvenção da escrita.
Só para reflectirmos… 
 

 

           
         
           
         
         
         
         
         
         
         
         
         
         
         
         
         
         
         
         
         
         
         
         
         
         
         
           
         
         
         
         
         
         
         
     

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