Continuando a divulgar algumas recolhas, hoje damos a conhecer outra mezinha muito habitual na nossa região. 

Talhar à zípola :

Para talhar à zípola tem de se dizer a seguinte reza: Pedro e Paulo foi a Roma, Jesus Cristo encontrou. Jesus cristo lhe perguntou: Que é que vai por lá? Muitas zípola e zipelão. Muitas gente morre e sem cura lhe dão. Pedro e Paulo torna atrás, cura com água da fonte, sal da salina e azeite da oliveira. Pela Virgem Nossa Senhora que ele sararia (Avé Maria)

Nota: Molha-se 9 folhas de oliveira numa tigela onde se encontra misturado sal, água e azeite e diz-se por nove vezes esta reza, durante nove dias.

Hoje transcrevemos para este espaço  uma reza de antigamente de forma a dar-vos a conhecer as recolhas que efectuamos. De futuro transcreveremos outras recolhas. De salientar que esta reza era muito comum na nossa região e servia para curar feridas, hoje denominadas herpes labial. Como podem reparar as rezas variavam de terra para terra.

Atalhar ao bicho:

Com a cruz do Rosário diz-se as seguintes palavras em cruz: Nove vezes eu te talho e te retalho, com a cruz deste Rosário. Cobra ou cobrão, aranha ou aranhão, sapo ou sapão, todo o bicho de má nação, que anda de arrastos pelo chão, torna para trazer para adiante não. Com a faca diz-se do seguinte modo  em cruz: Eu te corto bicho malvado, que não cresças, nem enverdeças, nem dobres o rabo com a cabeça.

Ou:

Para talhar ao bicho usa-se uma faca de preferência cabo de osso e reza-se a seguinte oração: Eu corto bicha, bicho, bichão, sapo, sapão, todo o bicho peçonhento que anda de rastos pelo chão, corto cabeça, meio, coração. Para trás medra para a frente não. Pela virgem Nossa Senhora que ele sararia.

Nota: Enquanto se reza a oração corta-se uma vara de sabugueiro com nove nós e de cada vez que se acaba a reza, que tem de ser repetida nove vezes corta-se um nó de vara e recomeça a oração enquanto vai “cortando” no local do bicho.

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